A comunicação com pessoas com Alzheimer...
- Katia Carreira

- 23 de out. de 2019
- 2 min de leitura
Existem impactos emocionais e sociais ao sujeito que é acometido pela doença de Alzheimer e seus familiares. O trabalho psicológico se instaura na preservação em suas funções relacionais e subjetivas, bem como no apoio emocional ao cuidador. Mas como se desdobra a sua relação com familiares e amigos?
O vínculo é revisto em uma relação já estabelecida anteriormente e a comunicação se apresenta como um desafio, considerando que a comunicação é sempre de um encontro, subjetiva e relacional.
Por meio do acompanhamento de idosos e seus familiares imersos em diversos questionamentos. Compartilho por meio dessa cartilha 6 conselhos simples, que na prática surtem efeitos positivos na relação, em especial para pacientes que já se encontram nos estágios mais avançados da doença.
1. Utilizar um vocabulário simples: A compreensão e abstração de conteúdos semânticos passam a ficar prejudicados, assim, é importante os familiares utilizarem frases curtas e diretivas.
2. Facilitar o processo de escolha: Muitos familiares optam por oferecer opções de escolhas ao paciente, considerando os seus desejos e gostos já apresentado durante a vida, de tal modo as escolhas realizadas no dia-a-dia são facilitadas.
3. Não destacar que determinadas informações foram esquecidas: Sabemos da irreversibilidade do quadro e a dificuldade do paciente se reconhecer em seu adoecimento, portanto relembrar do seu esquecimento costuma gerar estranhamento e desconforto.
4. Em uma conversa de grupo, não se esquecer que o sujeito com Alzheimer está presente: É comum que familiares e até mesmo profissionais passem a desconsiderar a sua presença, uma vez que ele pode não estar compreendendo o que está sendo dito, porém é uma prática desrespeitosa e insensível aos sentimentos dos sujeitos que possuem Alzheimer.
5. Ofertar suporte em situações de risco: Com a incompreensão de alguns conteúdos, é comum apresentarem comportamentos de risco para si e terceiros, portanto, para além de uma orientação é importante realizar estratégias ambientais que evitem situações de risco.
6. Não generalizar que todos os comportamentos e falas são ocasionados pelo Alzheimer: Na minha opinião este é o tópico mais importante, pois possibilita que esse sujeito possa continuar existindo em sua subjetividade. A justificativa de que todos os comportamento e falas estão atreladas ao adoecimento, é um posicionamento que desconsidera a história de vida e desejos ainda possíveis.
Espero que essa cartilha ajude e amplie a nossa compreensão sobre o laço social e o cuidado com a subjetividade do sujeito acometido pelo Alzheimer...
Psicóloga Katia Carreira Pfutzenreuter
CRP: 08/25641





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